Nos últimos dias, a relação entre Brasil e Estados Unidos ganhou um novo capítulo de tensão. O vice-secretário de Estado americano, Christopher Landau, fez duras críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, chegando a chamá-lo de “descontrolado”. Segundo Landau, o ministro estaria sendo o principal responsável pelo desgaste nas relações entre os dois países.
As declarações surgem em meio a um cenário delicado, marcado pelas recentes decisões do STF, como a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de aliados por tentativa de golpe. Para o vice-secretário, Moraes estaria abusando do poder judicial com uma agenda política, além de impor um “regime de censura” que, na visão dele, ameaça a liberdade de expressão.
Landau também alertou que, se o Brasil não “retomar o controle” sobre o ministro, a postura de Moraes pode colocar em risco uma relação diplomática que, segundo ele, já dura mais de duzentos anos. O recado veio em tom de aviso: a crise pode levar a novas sanções por parte dos EUA, que recentemente já impuseram tarifas de 50% sobre diversos produtos brasileiros.
O episódio reacende debates dentro e fora do país. De um lado, há quem veja as críticas como uma interferência indevida nos assuntos internos do Brasil; de outro, muitos apontam que a fala de Landau ecoa uma insatisfação crescente com o protagonismo político assumido pelo Judiciário. O fato é que a polêmica coloca em xeque não apenas a imagem de Alexandre de Moraes, mas também a forma como o Brasil será visto no cenário internacional daqui em diante.