As novelas verticais, também conhecidas como microdramas, têm revolucionado o consumo de conteúdo audiovisual no Brasil. Essas produções são gravadas no formato vertical, ideal para visualização em dispositivos móveis, e apresentam episódios curtos, geralmente com duração de 1 a 3 minutos. Essa abordagem permite que os espectadores acompanhem histórias envolventes em qualquer lugar e a qualquer momento.
Um dos maiores sucessos nacionais desse gênero é “A Vida Secreta do Meu Marido Bilionário”, que conta com 68 episódios de dois minutos cada. Criada pelos brasileiros Katharine Albuquerque e Iury Pinto, a trama já soma cerca de 480 milhões de visualizações na plataforma americana Reel Short, especializada nesse formato. O investimento na produção foi significativamente menor do que o de novelas tradicionais, que podem custar mais de R$ 1 milhão por capítulo e levar meses para serem filmadas.
O sucesso das novelas verticais atraiu a atenção de grandes canais de televisão. A Globo, por exemplo, anunciou a produção de “Cinderela e o Segredo do Pobre Milionário”, uma novela vertical com 50 episódios curtos, estrelada pelo cantor sertanejo Gustavo Mioto e pela atriz Maya Aniceto. Os primeiros capítulos serão liberados gratuitamente na plataforma de streaming da Globo e no YouTube, com o restante disponível apenas para assinantes, focando no consumo móvel.
Além disso, plataformas como TikTok e Kwai têm investido significativamente na produção de novelas verticais. O Kwai, por exemplo, já possui mais de cem produções nacionais em seu catálogo e afirma ter investido cerca de R$ 1,4 bilhão nesse tipo de conteúdo.
Essa tendência reflete uma mudança nos hábitos de consumo de entretenimento, com o público buscando conteúdos rápidos e acessíveis diretamente em seus dispositivos móveis. As novelas verticais oferecem uma alternativa inovadora às produções tradicionais, adaptando-se às novas demandas do mercado e conquistando cada vez mais espectadores.