Cresce a preocupação com bebidas alcoólicas adulteradas com metanol no Brasil. O governo de São Paulo confirmou cinco mortes após sete casos de intoxicação durante o mês de setembro; ao menos um óbito já foi associado a bebida falsificada, enquanto os demais seguem em investigação. A polícia também apreendeu vodcas suspeitas na capital e fechou uma fábrica clandestina em Americana (SP).
Diante do cenário, o Ministério da Saúde determinou notificação imediata de qualquer suspeita de intoxicação por metanol na rede pública e privada, classificando a situação paulista como atípica frente à série histórica — o país costuma registrar cerca de 20 casos por ano. O ministério lista 6 casos confirmados e 10 em investigação em SP entre agosto e setembro, e orienta equipes a seguirem protocolos e antídotos específicos.
Na esfera policial, a Polícia Federal abriu inquérito e investiga possível ligação com crime organizado e distribuição interestadual de bebidas adulteradas; o governo paulista, por sua vez, montou gabinete de crise e afirma que não há indícios de participação do PCC até agora.
Outros estados passaram a monitorar ocorrências. Em Pernambuco, autoridades locais já apontam casos suspeitos e reforçam a vigilância, na esteira do surto paulista.
O que é o risco do metanol (e como reconhecer sinais)
O metanol é um álcool altamente tóxico: pequenas quantidades podem causar cegueira e morte. Sintomas de alerta nas primeiras horas incluem dor abdominal intensa, tontura, sonolência e confusão; entre 6 e 24 horas, podem surgir alterações visuais (visão turva/embaçada, fotofobia), convulsões e coma. A orientação oficial é procurar atendimento imediato e acionar CIATox/Disque-Intoxicação.
Como autoridades e mercado estão reagindo
• Apreensões e interdições em pontos de venda e fábricas clandestinas (uísque, gim e vodca), com materiais falsificados e garrafas reenchidas.
• Rastreamento de distribuidores e fluxos de pagamento, a partir de vítimas identificadas.
• Alerta nacional de vigilância para estados e municípios reforçarem a notificação e o manejo clínico.
Serviço ao leitor (resumo oficial)
• Evite bebidas sem rótulo, lacre ou selo fiscal; desconfie de preços muito abaixo do mercado.
• Se alguém consumiu bebida suspeita e apresentou sintomas, busque emergência e ligue: Disque-Intoxicação (Anvisa) 0800 722 6001 ou o CIATox local.
Panorama: com mortes confirmadas e suspeitas em apuração, o país vive um momento de tolerância zero para bebidas adulteradas. Investigações correm em paralelo às ações de vigilância sanitária e saúde, enquanto estados ampliam a fiscalização para evitar novos casos.