A Guiana está considerando limitar a entrada de produtos brasileiros em seu território devido à falta de reciprocidade por parte do Brasil. Atualmente, caminhões guianenses não têm permissão para entregar cargas diretamente no Brasil, sendo obrigados a realizar baldeação na fronteira. Em resposta, autoridades guianenses devem se reunir com caminhoneiros locais para discutir possíveis restrições às exportações brasileiras, visando proteger o mercado interno.
A Guiana é o segundo principal parceiro comercial de Roraima, representando US$ 36,4 milhões (aproximadamente R$ 194,4 milhões) das exportações do estado em 2024. A presidente da Câmara de Comércio Brasil-Guiana, Ilaine Henz, alertou que a falta de um acordo bilateral formalizado desde 2003 gera insegurança jurídica para os empresários brasileiros. Ela destacou que, especialmente durante a safra de grãos, a exigência de baldeação pode prejudicar significativamente a economia de Roraima.
A Federação das Indústrias de Roraima (FIER) e a Federação do Comércio (Fecomércio-RR) também expressaram preocupação, defendendo o diálogo entre os países e a construção de um acordo que ofereça segurança jurídica e condições justas para o transporte de mercadorias.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) orientou a Folha BV a procurar o Ministério das Relações Exteriores para uma posição oficial sobre o assunto. Até o momento, o Itamaraty não se manifestou publicamente.