O Tocantins aparece na 8ª posição do ranking nacional de homicídios ocultos — casos de morte violenta registrados sem que o Estado consiga definir se foi homicídio, acidente ou suicídio. A taxa local é de 2,2 por 100 mil habitantes. No topo estão São Paulo (4,4), Roraima (3,5), Rio Grande do Norte (3,1), Ceará (3,0), Pernambuco (2,9), Mato Grosso do Sul (2,6) e Minas Gerais (2,3). Na outra ponta, os menores índices são Paraíba (0,3), Amazonas (0,4), DF (0,6) e Santa Catarina (0,6).

Pelo conceito do Atlas da Violência, esses casos são as chamadas Mortes Violentas por Causa Indeterminada (MVCI); parte delas, quando reclassificadas por métodos estatísticos, vira a estimativa de “homicídios ocultos” — óbitos que provavelmente foram homicídios, mas ficaram mascarados por falhas de registro e investigação. Entre 2013 e 2023, o Atlas estima 51,6 mil homicídios ocultos no país (média de 4,7 mil por ano).
Por que isso importa? Porque superestima outras causas (como “ignorada”) e subestima a violência letal real. Estados com taxa alta precisam investir em perícia, padronização de laudos, integração de bases (Saúde, Segurança e MP) e qualificação da investigação, para que a estatística reflita melhor a realidade — e as políticas públicas acertem o alvo.
Em resumo: o Tocantins não está entre os piores, mas o 8º lugar acende alerta para melhorar a qualidade dos registros e reduzir a margem de incerteza. Sem diagnóstico preciso, é mais difícil prevenir crimes e responsabilizar agressores.