A cadeia da pesca e aquicultura vive um bom momento no Tocantins. Em reunião nesta semana com o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), o governo estadual reforçou uma carteira de programas que já envolve mais de 40 mil pessoas e movimenta cerca de R$ 500 milhões/ano na economia local — com foco em capacitação, regularização e novos polos de produção.
Entre as frentes em andamento estão o Trilha da Pesca e Aquicultura, o Censo da Piscicultura, o Monitoramento do Desembarque Pesqueiro, a implantação de Parques Aquícolas e uma Unidade de Referência de Pesca Esportiva no rio Caiapó — pacote pensado para gerar renda, fortalecer segurança alimentar e impulsionar o turismo de pesca.
Os números recentes ajudam a explicar o otimismo: dados consolidados indicam alta acima de 30% na produção de pescado em 2024 e apontam o Tocantins hoje no 17º lugar do ranking nacional, com projeções de entrar no Top 5 até 2027. Na composição do plantel, peixes nativos seguem líderes (com destaque ao tambaqui), enquanto a tilápia ganha espaço gradual.
No território, avançam ações de ordenamento produtivo. Em Porto Nacional, por exemplo, foi concedida área aquícola por 20 anos para atender 32 famílias de aquicultores — passo que dá previsibilidade jurídica e apoia a transição de pescadores artesanais para a criação sustentável. Em Palmas, o diálogo sobre o Parque Aquícola Sucupira manteve o tema da regularização fundiária na agenda.
O ambiente técnico também favorece: a unidade da Embrapa Pesca e Aquicultura tem sede em Palmas, atuando como referência em pesquisa aplicada e transferência de tecnologia para sistemas aquícolas da região. No cenário nacional, a aquicultura somou R$ 11,7 bilhões em valor de produção em 2024, com a tilápia ainda dominando o mapa brasileiro — contexto que abre mercado para o Tocantins escalar sua própria vocação de peixes nativos.